Como tratar e prevenir bicho-de-pé em cães

Autor: Dr. Lucas Fernandes

1. O que é o Bicho-de-Pé?

O bicho-de-pé, conhecido cientificamente como Tunga penetrans, é um ectoparasita que afeta principalmente cães em regiões tropicais e subtropicais. Esse parasita é um tipo de pulga que, após o acasalamento, penetra na pele do hospedeiro para se alimentar de seu sangue. A ocorrência do bicho-de-pé é mais comum em áreas rurais e em locais onde a higiene é precária.

A penetração do parasita geralmente ocorre entre os dedos das patas, na região da barriga ou em outras áreas com pele fina. O bicho-de-pé pode causar desconforto significativo, coceira, inflamação e até infecções secundárias, tornando o reconhecimento e o tratamento precoces essenciais para a saúde do animal.

2. Como o Cachorro é Infectado?

Os cães são infectados pelo bicho-de-pé principalmente através do contato com solo ou areia contaminada. As larvas do parasita estão geralmente presentes em áreas como campos, terrenos baldios e até mesmo praias. Ao caminhar ou explorar esses ambientes, os cães podem pisar nas larvas, que entram em sua pele.

Em regiões onde o bicho-de-pé é comum, a infestação pode ocorrer com facilidade, especialmente em climas quentes e úmidos. Cães que frequentam áreas com vegetação densa e húmus estão em maior risco de contrair esse parasita. A consciência sobre esses ambientes é fundamental para a prevenção.

3. Sinais e Sintomas

Os sinais e sintomas do bicho-de-pé podem variar, mas algumas manifestações são bastante típicas. Os tutores devem estar atentos aos seguintes sintomas:

  • Coceira Intensa: Uma das primeiras indicações de uma infestação é a coceira constante. O cão pode lamber, morder ou coçar as patas e outras áreas afetadas.
  • Inflamação e Vermelhidão: A pele ao redor do local da infestação geralmente apresenta inchaço e vermelhidão.
  • Lesões e Feridas: Com o tempo, a coceira intensa pode levar à formação de feridas abertas, que podem se infectar.
  • Mudanças Comportamentais: Cães afetados podem se tornar mais irritáveis ou menos sociáveis devido ao desconforto.

Reconhecer esses sinais precocemente é crucial para um tratamento eficiente.

4. Diagnóstico

O diagnóstico do bicho-de-pé deve ser realizado por um veterinário. Durante a consulta, o veterinário realizará um exame físico detalhado, observando as patas e outras áreas afetadas. Em alguns casos, um exame de pele pode ser necessário para confirmar a presença do parasita.

Os tutores devem fornecer informações sobre o comportamento do cão, incluindo quaisquer mudanças recentes, o que ajudará o veterinário a fazer um diagnóstico preciso.

5. Opções de Tratamento

O tratamento para o bicho-de-pé geralmente envolve diversas etapas:

5.1. Remoção Manual

A remoção manual do bicho-de-pé é o primeiro passo no tratamento. Um veterinário irá extrair o parasita da pele do cão usando ferramentas cirúrgicas apropriadas. É essencial que a remoção seja feita corretamente para evitar a proliferação do parasita.

5.2. Medicamentos

Após a remoção, o veterinário pode prescrever medicamentos para aliviar a dor, reduzir a inflamação e prevenir infecções secundárias. Isso pode incluir anti-inflamatórios e antibióticos, dependendo da gravidade da infestação e das condições.

5.3. Cuidados Pós-Tratamento

Os cuidados pós-tratamento são cruciais para garantir que a área afetada cicatrize adequadamente. Os tutores devem monitorar o local e seguir as recomendações do veterinário sobre limpeza e cuidados. Manter o cão longe de ambientes sujos e garantir que ele não lamba a área afetada são medidas importantes.

6. Prevenção

A prevenção do bicho-de-pé é fundamental para garantir a saúde e o bem-estar dos cães. Algumas práticas recomendadas incluem:

6.1. Inspeção Regular

Realizar inspeções regulares das patas do cão, especialmente após passeios em áreas de risco, ajuda a detectar precocemente sinais de infestação. Procure por qualquer alteração na pele, incluindo vermelhidão ou inchaço.

6.2. Evitar Ambientes Suspeitos

Evite levar o cão a áreas conhecidas por ter infestação por bicho-de-pé, como campos com vegetação densa ou terrenos baldios. Se o cão precisa passar por esses lugares, considere a utilização de botas protetoras para as patas.

6.3. Uso de Repelentes

Produtos repelentes de insetos (especificamente formulados para animais de estimação) podem ajudar a proteger o cão de parasitas. Consulte o veterinário sobre a melhor opção disponível e sua aplicação.

6.4. Manutenção do Ambiente

Mantenha o ambiente limpo e livre de detritos. Limpe regularmente áreas onde o cão costuma brincar ou descansar. A higiene adequada é essencial para prevenir a infecção por bicho-de-pé.

7. Quando Procurar Ajuda Veterinária?

Os tutores devem procurar ajuda veterinária se notarem qualquer um dos seguintes sinais:

  • Coceira intensa que não diminui.
  • Lesões que não cicatrizam.
  • Comportamento anormal, como letargia.
  • Presença de secreções ou mau cheiro nas patas.

A rapidez na busca por ajuda pode evitar complicações e garantir que o cachorro receba o tratamento adequado em tempo hábil.

8. Conclusão

O bicho-de-pé é um parasita que pode causar desconforto significativo aos cães, mas a prevenção e o tratamento adequados podem garantir a saúde e a felicidade do animal. A vigilância e os cuidados constantes do tutor são essenciais para evitar infestações e garantir que o cachorro viva uma vida plena.

Ao adotar medidas preventivas e estar atento aos sinais de alerta, os tutores podem proteger seus cães desse parasita e assegurar que seus amigos de quatro patas permaneçam saudáveis e ativos. A comunicação aberta com o veterinário também reforça uma abordagem proativa em relação à saúde do animal.

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